O Sentido da Vida:

O SENTIDO DA VIDA: Antes da queda do homem no jardim do Éden o sentido da vida era viver o presente com o Criador.
Hoje o sentido da vida é fazer Teshuvah para garantir o futuro com Ele. (Rosh Yehudah)

domingo, 7 de novembro de 2010

Toledot / Gerações

A história de Iaacóv (Jacob) e Issáv (Esaú) nos diz: E cresceram os moços, e foi Esaú perito caçador, homem do campo; e Jacob foi um homem simples, que habitava em tendas (Gn 25:27). Alguns sábios interpretam que a caça de Esaú dá a idéia de armadilha, engano, já a tenda de Jacob seria tenda de estudo, ou seja, enquanto um saía pra caçar o outro estudava; até que certo dia o ‘caçador’ dono da primogenitura a trocou por um prato de lentilha que o ‘estudioso’ tinha preparado...
Não valorizar algo não é o mesmo sentimento que se tem ao perdê-lo, pois certamente Esaú sentiu isso no momento em que seu pai disse: Veio Jacob com sutileza e tomou sua benção (Gn 27:35).
Segundo os sábios Jacob estudou na ‘tenda de Shem e de Eber’ como referencia as palavras “habitava em tendas” (Gn 25:27).
Imagine o caso de Jacob e Esaú dentro das ‘tendas dos sábios’, sendo este um acontecimento local, sem se darem conta do desfecho final, não sabendo dos ditos de D-us a Rebeca, etc.
O que muda tudo nesta história foi o contato que D-us teve com Rebeca, ou seja, fora das ‘tendas dos sábios’, com tudo, dentro de seu próprio povo.
Isto me faz lembrar as palavras de Shaul (Paulo) que disse a este respeito usando palavras da Torah e dos profetas: “contudo, não tendo eles ainda nascido, nem feito bem ou mal foi lhe dito (para Rebeca): O maior servirá o menor (Gn 25:23). Como esta escrito: Amei a Jacob e aborreci a Esaú (Ml 1:2,3). Que diremos, pois? Há injustiça da parte de D-us? De maneira nenhuma! Pois ele diz a Moisés: compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (Rm 9:11-15) em referênia a Gn 33:19.
O que aprendo com essa história, é que não importa o quanto às pessoas desvalorize por lhe pertencer, algo valorizado por outros, ou que despreze este ‘algo’ em função de uma satisfação momentânea (como Esaú), pois o que no momento pode não ser nada, posteriormente pode ser algo que não se poderá jamais alcançar.
A Benção: Alguns sábios dizem que Isaac sabia que era Jacob, mesmo assim lhe abençoou, pois valorizou sua fala, sua postura diante daquele que o abençoaria. Jacob se colocou diante de seu pai com humildade, mesmo tendo o direito (pois havia comprado de Esaú) se pôs sem arrogância, declarando gratidão a D-us pela caça etc (Gn27:20). Sendo assim aquele que tinha condições de abençoar (Isaac) mesmo não enxergando ‘viu’ no menor (Jacob) integridade, pois verdade e cavaná (intenção) havia em suas palavras e em sua pele havia pelos, mesmo com este contraste Isaac lhe abençoou.
A desconfiança de Isaac, mesmo em sua cegueira, não foram infundadas, assim como a benção com qual abençoou Jacob. Jacob foi abençoado por sua integridade e justificado por haver em sua pele pelos de um animal sacrificial, que simbolizava para o pai o direito que era de seu irmão. Se havia duas bênçãos, uma material, outra espiritual, Isaac viu em Jacob o homem capaz de ter ambas as bênçãos e ainda assim continuar sendo íntegro humilde e acima de tudo, levar essas bênçãos adiante.
Hoje ainda que haja coisas inexplicáveis, tudo está nas ‘mãos’ de D-us, quem sabe se mesmo no ‘silêncio’, por não haver mais o Templo, muitos não estejam sendo abençoados pela integridade mostrada e ‘justificados’ por terem em suas ‘peles’ a ‘roupagem’ de um tsadic (justo), Yeshua. Como descendência de Jacob, disse Yeshua: “até os confins da terra”, jus ao que está escrito sobre Jacob: “... em tua descendência serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 28:14).
Parece um conto infantil entre dois irmãozinhos gêmeos, que, embora nascessem no mesmo dia havia muitas diferenças entre eles, físicas e comportamentais; um era perito, o outro simples; um peludo, o outro liso; um profano, o outro puro.
Tudo na vida tem o valor que se dá a uma determinada coisa, e ninguém pode desvalorizar o que se é valorizado por outrem, pois é uma determinação pessoal; claro que há ‘determinadas coisas’ que segue o curso natural e o direito de valorização é de quem a possui, até que ao desprezar outro adquire.
Pior que desprezar o que não valorizamos, é ficar sabendo de seu real valor no momento em que não há mais tempo de se recuperar, mesmo buscando com lágrimas. Assim foi Esaú.
E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra (Gn 28:14). Assim foi Jacob.

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